segunda-feira, 24 de maio de 2010

O acontecido com moradores da Rua Machado de Assis - Flamengo



No último dia 15.05.2010 a mídia noticiou a interdição do prédio localizado na Rua Machado de Assis, nº 30, Flamengo/RJ, que apresenta rachaduras consideráveis.


Os danos demonstraram ter vínculo com a obra de um edifício que está sendo construído pela Construtora Schipper ao lado do prédio interditado.




A foto acima foi tirada dentro de um apartamento do prédio nº 30 e publicada pelo O Globo em http://oglobo.globo.com/rio/mat/2010/05/15/defesa-civil-interdita-predio-com-rachaduras-no-flamengo-916591649.asp


O acontecido com esses moradores da Rua Machado de Assis só fizeram aumentar a insegurança dos moradores da mesma região do Flamengo, desta vez entre as Ruas Barão do Flamengo, Almirante Tamandaré e Catete, onde também se iniciou em frente à Praça José de Alencar uma construção da mesma Construtora Schipper de um prédio comercial com dois blocos de 15 pavimentos, inclusive garagem subterrânea.


Os moradores cobram garantias reais de que o ocorrido na Rua Machado de Assis não voltará a acontecer com eles.


Além disso, eles querem uma análise independente do projeto que garanta que a obra é segura, sustentável, compatível com a área e com o terreno e que a mesma não será prejudicial a qualidade de vida da região.


Com toda razão!


Divulgação do Movimento em Confronto à Construtora Schipper



A esdrúxula situação dos moradores da Rua Machado de Assis, Flamengo, cujo prédio está rachando provavelmente devido à construção em terreno ao lado, merece registro neste blog. Enfim, começam a pipocar e-mails relatando barbaridades a que nós, cariocas, somos obrigados a vivenciar diante da total inércia do poder público - e por poder público incluo a Justiça também, sempre leniente e compassiva em suas relações com os interesses do Executivo. Estes cariocas tomaram um grande susto na sexta passada, quando tiveram de deixar suas residências por ordem da Defesa Civil do município. Consta que o prédio já foi liberado, mas o medo continua.


Este post tem dois objetivos:1) Avisar que neste sábado, a cidadania dá as caras na Praça José de Alencar, bem diante do terreno onde se localiza a obra. Lá, um mural com informações sobre o movimento alertará os moradores do bairro e os interessados na questão sobre os impactos que tal obra gerará no Flamengo. Vejam como termina o e-mail repassado aos moradores do bairro, em que os líderes pedem desculpas por terem marcado a manifestação "para um dia de descanso e lazer". Sinal dos tempos. Leiam:Compareçam com as famílias e vizinhos! Nossa união é fundamental para evitarmos que episódios como o ocasionado pela Schipper Engenharia, na Machado de Assis, na semana passada, se repitam em nossas ruas (e nossos prédios).

2) Alertar que a mesma construtora está preparando um terreno, onde antes havia um posto de gasolina, na esquina da Rua Barão do Flamengo.

Curiosamente estive num prédio nos fundos deste terreno, há mais ou menos 13 anos, a fim de ver um apartamento lá e, ao deparar-me com o posto de gasolina, que dava vista livre ao apartamento, imaginei que um dia esta vista seria "vista livre para a casa de de alguém". Agora, leiam o e-mail que a associação de moradores enviou ao Ministério Público sobre este terreno, onde se erguerá um imenso prédio comercial. Lá embaixo passa um rio, mas não um rio qualquer. Lá embaixo passa o Rio Carioca, que nos abasteceu de água durante séculos - os Arcos da Lapa, por exemplo, só foram erguidos para distribuir o líquido que descia por seu leito.

Você sabia que prédios só podem ser erguidos a 50 metros dos cursos de rios?Você não acha estranho que um posto de gasolina tenha funcionado sobre um rio?

Vejam parte do email, enviado por uma alma amiga, digamos assim:"Julgamos importante não se perder de vista o fato de que o curso do Rio Carioca corre há poucos metros do terreno da obra que questionamos. Afora os impactos que o empreendimento proposto terá sobre este rio - que tem sua história profundamente ligada à própria história de nossa cidade - não devemos nos esquecer que, pela proximidade de um curso de água, este é um terreno de razoável instabilidade geológica. Justamente para proteger os recursos hídricos de contaminação e poluição, e por conta do fato de que solos próximos a cursos de água costumam ser instáveis, é que dentre os documentos exigidos pela Secretaria Municipal de Urbanismo para a concessão de licença de obra, se encontra a exigência de uma declaração do profissional responsável pela obra ou do profissional responsável pelo projeto de arquitetura de que o imóvel não se situa a menos de 50 metros de cursos d’água ou próximo a encostas (Declaração de Rios e Canais). No caso em tela, esta distância é inferior aos 50 metros, como pode ser evidenciado no mapa hidrográfico da região. (ANEXO 4)"

O que nos diz a prefeitura? O que nos diz o secretário municipal de Urbanismo? O que nos dizem os senhores vereadores? E Leila do Flamengo, onde anda?

Crédito Foto: Paulo Nicolella
Fonte: André Balocco em 20.05.2010 http://www.jblog.com.br/realidade.php?itemid=21304

O Movimento "Eu quero é botar meu bloco na rua" apóia a causa dos moradores



Neste sábado, dia 22 de maio, algo chamou a atenção de quem passou, entre 10h e 11h da manhã, pela Praça José Alencar, no Flamengo. Algumas dezenas de pessoas portavam cartazes e apitavam. Tratava-se da primeira mobilização pública por conta do andamento da construção de um empreendimento comercial, pela Schipper Engenharia, nas esquinas das ruas Barão do Flamengo e do Catete. Há quase dois meses, síndicos e moradores de prédios localizados na região estão se reunindo periodicamente no Instituto Interdisciplinar Rio Carioca (IIRC), localizado no nº 32 da Rua Barão do Flamengo, para discutirem as ações que devem ser tomadas a fim de que sejam esclarecidas algumas questões que os afligem. A mobilização chamou a atenção de cerca de 250 pessoas que passaram pelo local.
Segundo o líder do movimento, o economista Marcus Cortesão, a construtora afirma que há aprovações de todos os órgãos competentes da Prefeitura. Entretanto, Cortesão diz que gostaria de obter mais esclarecimentos: “É preciso que todos entendam que ninguém aqui, a princípio, é contra nada. O que queremos é saber o quanto essa construção irá afetar na qualidade de vida dos moradores e frequentadores diários da região. Para isso, estamos solicitando os laudos desses órgãos municipais a fim de mobilizarmos uma equipe técnica qualificada que avaliará se as fragilidades que imaginamos que existem são reais”.
Os impactos no trânsito, a saturação da região, a existência do Rio Carioca, que passa subterrâneo, e a circulação do ar são questões às quais os moradores clamam por esclarecimentos. “Já acionamos o Ministério Público e estamos aguardando um primeiro retorno de uma audiência com a promotoria, realizada na semana passada. O CREA também já foi contatado e se colocou à disposição”, informa a presidente do Instituto Interdisciplinar Rio Carioca, Lucimar Fernandes, que faz parte da comissão do movimento ao lado do líder Marcus Cortesão e de mais três moradores. “Ao longo de todos esse tempo que as discussões começaram a acontecer, percebemos que há uma adesão muito positiva. Mas, é claro, há aqueles que são contra o movimento por serem a favor do progresso. Mas ninguém aqui é contra isso, muito pelo contrário. Mas é preciso que esse desenvolvimento seja sustentável”, completa o Diretor de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do instituto, Marcus Lopes.

O empreendimento
Segundo consta no projeto original, serão levantados dois blocos com 13 andares cada um, e ainda uma garagem subterrânea com 450 vagas rotativas. Moradores do 2º e 3º andares de edifícios vizinhos à obra sentem as paredes tremerem só de os operários usarem a broca. Residente de um prédio da Rua Almirante Tamandaré, Maria Lucília Silva revela que do seu apartamento consegue identificar que ainda sai muito óleo e água da terra escavada. “Comprei meu apartamento há um ano e meio, e, na época, me falaram que nada de grande porte seria construído aqui. E agora me deparo com esse projeto. Não é preciso muita instrução para perceber que dessa forma que ele está sendo apresentado vai afetar negativamente a vida dos moradores”, desabafa.
O que vem por aí
Com o sucesso da primeira mobilização, as ações não vão parar por aí. Já está programado um novo protesto para 05 de junho, Dia do Meio Ambiente. Os detalhes serão informados em breve!
Além do Instituto Interdisciplinar Rio Carioca, o movimento também conta com o apoio da Associação de Moradores Amigos do Flamengo (AMAFLA).
Crédito Foto: Clara Rey
Fonte: Instituto Rio Carioca
A Equipe do Movimento "Eu quero é botar meu bloco na rua" abraça a causa dos moradores daquela região e se coloca à disposição para ajudar a divulgar o andamento da questão.
E que venham mais apoio e adesões de moradores, comerciantes e amigos da região, e solidários com a causa.
A união é fundamental!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Esclarecimentos sobre as acusações contra o MST

Segue abaixo nota de esclarecimentos sobre as acusações da empresa Cutrale contra o MST. Divulguem!

ESCLARECIMENTOS SOBRE AS ACUSAÇÕES CONTRA O MST
Diante da repercussão dos últimos episódios que envolvem o MST,queremos esclarecer os fatos e questionar algumas "verdades" apresentadasna mídia burguesa sobre a ocupação da fazenda grilada pela multinacionalCutrale, no interior de São Paulo.
A ocupação
No dia 28 de setembro, cerca de 250 famílias sem terra ocuparam pelaterceira vez uma área de aproximadamente 3 mil hectares, grilada pelaempresa transnacional de sucos Cutrale. A mobilização pretendia fazerpressão para que o governo federal agilizasse a retomada das áreasgriladas (pertencentes a União) e efetuasse o assentamento das famíliasacampadas na região.
Logo após a ocupação, os trabalhadores rurais iniciaram a organizaçãodo acampamento. Como forma de denúncia, as famílias derrubaram cerca de 3mil pés de laranja - que representam o grilo - para, no lugar, plantaralimentos. Alimentos estes que poderiam ser produzidos se lá não tivessemmais de um milhão de pés de laranja.
Se, neste momento, por conta das imagens repetidas exaustivamente e daausência das informações da situação da luta pela terra na região,parte da sociedade e daqueles que sempre apoiaram nossa luta, reprovam essaforma de protesto, afirmamos que compreendemos e que estamos a disposiçãopara quaisquer esclarecimentos.
Somos os primeiros e mais interessados em fazer com que as terrasagrícolas realmente produzam alimentos. No entanto, não podemos nos calarenquanto terras públicas continuarem sendo utilizadas em benefícioprivado; enquanto milhares de famílias sem terra continuarem vivendo nabeira de estradas, debaixo de lonas pretas. A produtividade da área nãopode esconder que a Cutrale grilou terras públicas. Aos olhos dapopulação, por mais impactantes que sejam, as imagens não podem ocultarque uma multinacional extrai riqueza de terras griladas. Mais do quesomente esclarecer os fatos, é preciso entender a complexidade e adimensão da luta pela terra naquela região.
O MST está presente na região de Iaras desde 1995. Ao passo que oenfrentamento aos latifúndios ia avançando, mais famílias se organizavamnos acampamentos - algumas delas já acampadas há quase dez anos. Com aconfirmação de que o Complexo Monções, uma área de mais de 100 milhectares, é terra pública pertencente a União, uma pequena parte delefoi destinado a Reforma Agrária e algumas famílias assentadas. Mas aindaexistem 450 famílias a espera de terra.
Por que elas não são assentadas nos outros 90 mil hectares restantes?Será que é por que todas as áreas que ainda poderiam ser retomadas sãoterras públicas que estão sendo utilizadas indevidamente por grandesempresas multinacionais como a Cutrale?
É dever do Incra e do governo federal arrecadar terras públicas,patrimônio do povo brasileiro, para atender as famílias sem terra, semque seja necessário ir ao extremo da necessidade humana em permanecer maisde 10 anos sob lonas, na chuva, no frio, no sol forte em beiras deestradas, para nelas produzir alimentos saudáveis e fazer cumprir afunção social prevista na Constituição.
Aliado a tudo isso, há também a forte atuação do Poder Judiciáriopara emperrar o processo de Reforma Agrária. É preciso chamar a atençãopara a decisão da Justiça Federal de Ourinhos (SP) que, em agosto,decretou a extinção do processo em que o Incra reclama a fazenda comoterra pública. A Justiça alegou que o Incra, órgão federal responsávelpela execução da Reforma Agrária, é ilegítimo para reivindicar aárea. Quem poderá fazê-lo então?
Esperamos que essa decisão judicial, um exemplo dos entraves existentespara impedir o avanço da Reforma Agrária em nosso país, seja revertidanas instâncias superiores do Poder Judiciário. Queremos saber por que umafazenda grilada não pode ser destinada a Reforma Agrária?
A depredação da fazenda
Repudiamos a versão construída para responsabilizar o MST peladepredação da fazenda. Admitimos que, assim como derrubamos pés delaranja, fizemos algumas pichações para deixar registrado o nossoprotesto contra a grilagem da área. Porém, estamos sofrendo acusações equeremos esclarecer que:
Destruição e roubo das casas: logo após a ocupação, em acordo com ostrabalhadores que moram na fazenda, as casas foram desocupadas e trancadas.Mais tarde, alguns deles decidiram retirar seus pertences de dentro daárea. Em todas as nossas ocupações sempre respeitamos os trabalhadores ezelamos por sua segurança.
Depredação de tratores: uma empresa com esse porte possui oficinamecânica dentro das fazendas e, portanto, faz a manutenção das suasmáquinas dentro da própria área. As imagens mostram tratores e peçasque já estavam abandonadas e desmontadas antes das famílias chegarem lá.Quem tem que responder pelo estado dos equipamentos é a Cutrale e não oMST.
Roubo de combustíveis e venenos: como seria possível as famíliasfurtarem 15 mil litros de combustíveis e toneladas de veneno sendoescoltadas pela PM e transportadas em cima de uma carroceria de caminhão?
Essas acusações são infundadas. Como tudo isso poderia ter sido feitopor famílias que estiveram o tempo todo cercadas pelas tropas da PoliciaMilitar, sempre munida de câmeras filmadoras, com apoio de helicópteros eque no despejo foram colocadas em cima de dois caminhões da própriamultinacional Cutrale?
Não cometemos aqueles atos de vandalismos e exigimos que os mesmo sejamidentificados e punidos. Se às vezes acontecem excessos isolados em nossasocupações, buscamos avaliá-los e corrigi-los. Diante do conflitoestabelecido na hora do despejo, os integrantes do MST não puderamacompanhar a entrada da PM na fazenda após a desocupação. O querealmente aconteceu após a saída das famílias acampadas?
Por que tendo recebido imagens da destruição dos pés de laranja aindano dia 28 de setembro, somente no dia 5 de outubro a Rede Globo resolveuexibi-las e fazer de forma tão apelativa?
Os representantes do agronegócio e a bancada ruralista precisavam dealgum argumento que justificasse mais uma tentativa de instalação de umanova CPI contra o MST. Com isso, a verdadeira intenção, é inviabilizar aatuação de um movimento social que há 25 anos luta pela terra no Brasil.
Convidamos toda a sociedade, cidadãos e cidadãs brasileiros, autoridadese parlamentes, para visitar a região, a área ocupada, conversar com asfamílias acampadas e tirar as suas conclusões.

São Paulo, 9 de outubro de 2009.

MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRADIREÇÃO ESTADUAL/ SP

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Eu quero é botar meu bloco na rua

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