segunda-feira, 24 de maio de 2010

Divulgação do Movimento em Confronto à Construtora Schipper



A esdrúxula situação dos moradores da Rua Machado de Assis, Flamengo, cujo prédio está rachando provavelmente devido à construção em terreno ao lado, merece registro neste blog. Enfim, começam a pipocar e-mails relatando barbaridades a que nós, cariocas, somos obrigados a vivenciar diante da total inércia do poder público - e por poder público incluo a Justiça também, sempre leniente e compassiva em suas relações com os interesses do Executivo. Estes cariocas tomaram um grande susto na sexta passada, quando tiveram de deixar suas residências por ordem da Defesa Civil do município. Consta que o prédio já foi liberado, mas o medo continua.


Este post tem dois objetivos:1) Avisar que neste sábado, a cidadania dá as caras na Praça José de Alencar, bem diante do terreno onde se localiza a obra. Lá, um mural com informações sobre o movimento alertará os moradores do bairro e os interessados na questão sobre os impactos que tal obra gerará no Flamengo. Vejam como termina o e-mail repassado aos moradores do bairro, em que os líderes pedem desculpas por terem marcado a manifestação "para um dia de descanso e lazer". Sinal dos tempos. Leiam:Compareçam com as famílias e vizinhos! Nossa união é fundamental para evitarmos que episódios como o ocasionado pela Schipper Engenharia, na Machado de Assis, na semana passada, se repitam em nossas ruas (e nossos prédios).

2) Alertar que a mesma construtora está preparando um terreno, onde antes havia um posto de gasolina, na esquina da Rua Barão do Flamengo.

Curiosamente estive num prédio nos fundos deste terreno, há mais ou menos 13 anos, a fim de ver um apartamento lá e, ao deparar-me com o posto de gasolina, que dava vista livre ao apartamento, imaginei que um dia esta vista seria "vista livre para a casa de de alguém". Agora, leiam o e-mail que a associação de moradores enviou ao Ministério Público sobre este terreno, onde se erguerá um imenso prédio comercial. Lá embaixo passa um rio, mas não um rio qualquer. Lá embaixo passa o Rio Carioca, que nos abasteceu de água durante séculos - os Arcos da Lapa, por exemplo, só foram erguidos para distribuir o líquido que descia por seu leito.

Você sabia que prédios só podem ser erguidos a 50 metros dos cursos de rios?Você não acha estranho que um posto de gasolina tenha funcionado sobre um rio?

Vejam parte do email, enviado por uma alma amiga, digamos assim:"Julgamos importante não se perder de vista o fato de que o curso do Rio Carioca corre há poucos metros do terreno da obra que questionamos. Afora os impactos que o empreendimento proposto terá sobre este rio - que tem sua história profundamente ligada à própria história de nossa cidade - não devemos nos esquecer que, pela proximidade de um curso de água, este é um terreno de razoável instabilidade geológica. Justamente para proteger os recursos hídricos de contaminação e poluição, e por conta do fato de que solos próximos a cursos de água costumam ser instáveis, é que dentre os documentos exigidos pela Secretaria Municipal de Urbanismo para a concessão de licença de obra, se encontra a exigência de uma declaração do profissional responsável pela obra ou do profissional responsável pelo projeto de arquitetura de que o imóvel não se situa a menos de 50 metros de cursos d’água ou próximo a encostas (Declaração de Rios e Canais). No caso em tela, esta distância é inferior aos 50 metros, como pode ser evidenciado no mapa hidrográfico da região. (ANEXO 4)"

O que nos diz a prefeitura? O que nos diz o secretário municipal de Urbanismo? O que nos dizem os senhores vereadores? E Leila do Flamengo, onde anda?

Crédito Foto: Paulo Nicolella
Fonte: André Balocco em 20.05.2010 http://www.jblog.com.br/realidade.php?itemid=21304

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